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A revolução silenciosa

Quando pensamos em Tecnologia da Informação, ou TI, como é informalmente designada no mundo corporativo, logo nos vem à cabeça sofisticados sistemas utilizados em grandes bancos, preponderantemente nas grandes cidades do sudeste brasileiro.

Na verdade, como já ocorreu nos EUA, na última década uma revolução silenciosa tem ocorrido fora do eixo RJ-SP, turbinada por TI. Em todo o país essa tendência é claramente perceptível nos segmentos financeiro, governamental e indústrial. 

Particularmente na área governamental, nos três níveis, federal, estadual e municipal, novos e importantes serviços têm sido oferecidos ao cidadão via TI. Coisas simples que hoje se incorporaram ao nosso dia a dia, tais como recolhimento de tributos via Internet Banking, ou ainda o envio de documentos das empresas a entidades governamentais, ou mesmo o acompanhamento de processos dentro de órgãos de governo, tudo isso já pode ser feito do Oiapoque ao Chui sem sairmos de nossa mesa de trabalho. Pense no enorme tempo que é economizado e na enorme produtividade que esse tipo de apoio permite às empresas. E lembrar que há cerca de dez anos tudo isso tinha que ser feito diretamente nos bancos e órgãos de governo, enfrentando filas quilométricas…

No setor privado, globalizado de alto abaixo, a governança corporativa se impõe como uma questão de sobrevivência. O atendimento a regulamentos governamentais e práticas de negócios, sejam locais ou internacionais, é virtualmente impossível sem a ajuda dos computadores. Para se exportar produtos alimentícios, rígidos regulamentos de controle de higiene e saúde tem que ser seguidos e inúmeras informações têm que ser recolhidas e comprovadas para que as guias sejam liberadas. O setor financeiro todinho tem que se alinhar aos regulamentos da Sarbanes Oxley. As empresas de qualquer setor estão cada vez mais preocupadas com Planos de Continuidade dos Negócios, pensando na replicação das suas informações críticas de negócios e mesmo de seus sites de TI. À quantidade enorme de informações de negócios armazenadas nas redes de computadores, se somam hoje arquivos de imagens, de áudio, além das centenas de milhares de e-mails que são retidos com informações críticas de negócios. Nenhuma indústria de bens de consumo pode sobreviver hoje sem um portal de negócios na web.

Tudo isso está acontecendo em Curitiba, em Porto Alegre, em Joinville, em Cascavel, em Uberlândia, e em centenas de outras cidades médias e pequenas em todo o Brasil. Recentemente eu precisei comprar uma cadeira de rodas, com uma configuração especial. Eu buscava uma cadeira que tivesse um encosto reclinável e apoio para os pés retrátil, para maior conforto do idoso que iria utilizá-la. A cadeira, sendo comprada em São Paulo, deveria ser entregue em Curitiba. Por onde começar a busca? Já imaginou a inutilidade do esforço de se percorrer dezenas de lojas procurando algo que eu nem sabia se existia e, ainda por cima, com a condição de entregar em Curitiba? Seria algo como procurar uma agulha num palheiro! Bem, eu fiz exatamente o que você deve estar pensando. Entrei num “buscador web”, do tipo Google e Yahoo, e descrevi o produto que imaginava que existisse. Dezenas de websites de fabricantes apareceram na tela. Em cinco minutos eu descobri muitas coisas. A cadeira que eu imaginava existia, em vários modelos e preços diferentes, todos com fotos e descrição das especificações (imagine por exemplo que a largura do assento depende do peso e altura da pessoa!). Após uma rápida escolha, eu me decidi por um fabricante de Minas Gerais. Escolhido o modelo, eu entrei num processo de compras online, escolhi a forma de pagamento, defini o local de entrega e o produto foi recebido direitinho, dentro do prazo negociado. Para minha surpresa, este fabricante só vende pela web. Recentemente, uma das rodinhas da cadeira se quebrou e eu comprei uma sobressalente também pela Internet. E lembre-se: eu moro em São Paulo, o fabricante está  no interior de Minas e o produto foi entregue em Curitiba. Isso é, ou não é globalização à brasileira?

 

 

 

agosto 10, 2007 - Posted by | Comunicação, corporativo, Informação, Inovação, Midia Social, Negócios, RMA, web 2.0

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